sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O que o seu filho precisa mesmo?


Às vésperas do dia das crianças, mães, avós, padrinhos e tias desesperados na busca do brinquedo perfeito. Lojas repletas de possibilidades e crianças ansiosas transbordando quereres.
- Eu quero isto! Minhas amigas têm aquilo! Eu vi na televisão! Eu preciso muito! Por favor, eu quero, eu quero, eu quero !!!!


Eles suplicam e os adultos, confundidos pela rotina compulsiva e seduzidos pela indústria de estereótipos que a televisão promove massivamente, correm para as compras, recorrem aos shopping centers abarrotados e compram objetos de desejo. 


Se não conseguem comprar o tal do Playstation XLPW Megaplus8master, são inundados por um sentimento de culpa e de derrota que só serve para minar nossa auto-estima e nos distanciar de nós mesmos.



Talvez este brinquedo da convenção “12 de outubro”, faça uma criança feliz por um dia, uma semana e neste querer sem fim da natureza humana, elegerá outro objeto e infernizará seus cuidadores até conseguir. 


Quando o objeto é tecnológico o assunto complica e encarece. Celulares de última geração, vídeo games, Ipods, Ipads que são entradas VIPS de aceitação social e, contraditoriamente, acabam isolando os indivíduos para dentro de seus universos solitários.


Quanto mais você consome, mais aceito você é. Está completo o perigoso ciclo do consumo inconsciente.



O conceito de FIB (Felicidade Interna Bruta) é uma bela reflexão sobre o que realmente nos faz feliz.




Estamos educando nossos filhos a serem 
“Teres Humanos” e não “Seres Humanos”.


Por distração e excesso de pré-ocupação encontramos nos presentes a materialização do amor, a compensação da falta e a prova de que somos vitoriosos e enquadrados neste sistema insustentável. Vale dizer que se todos consumissem como os americanos, precisaríamos de 5 planetas. Ops ! Não temos.

Observar seu filho é o melhor presente que você pode oferecer.



O presente também é o tempo verbal que coloca em nossas mãos as escolhas do futuro e as colheitas do passado. Poderia ter nome melhor ?




Você precisará sair da zona de conforto, sentar no chão, andar de bike, assistir mil vezes o mesmo filme, escutar atentamente a cada pequeno fato que, do alto de sua “adultice”, possa parecer irrelevante.



  Paz-ciência, vínculo requer atenção e quando sua criança for um jovem e tiver algo bem importante para compartilhar, saberá com tranquilidade que você tem um tempo especial para ele.





Um comentário:

  1. Adorei essa postagem. Estou preparando alguns textos sobre o assunto que é muito preocupante. Tenho um filho e vivemos certos conflitos por conta da tecnologia. Estou tentando salvá-lo antes que seja tarde!!

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