terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Carta mensal dezembro






Cotia, 1º de dezembro de 2015

 “O tipo de esperança sobre a qual muitas vezes penso... eu a compreendo, acima de tudo, como um estado de espírito, e não como um estado do mundo. Ou temos esperança dentro de nós ou não temos; é uma dimensão da alma, e não depende essencialmente de alguma observação particular do mundo, ou de alguma estimativa da situação... Esperança não é a convicção de que alguma coisa vai dar certo, mas a certeza de que alguma coisa faz sentido, independente do que virá a acontecer com ela.” Fritijof Capra em A Visão Sistêmica da Vida.




Caros amigos,

Recentemente estivemos num encontro com o rabino Nilton Bonder e o assunto era escassez x abundância. Ele nos contou uma passagem do Segundo Livro dos Reis no Antigo Testamento, em que o Profeta Eliseu orienta uma pobre e endividada viúva com dois filhos a partilhar o único bem que possuíam: um jarro de azeite. A partilha gera abundância capaz de pagar as dívidas e impedir que seus filhos fossem escravizados pelos credores.

O tema da escassez e da abundância é bastante atual nesses tempos de crise econômica, política, ambiental e quando nos falta elemento tão básico como a água. E também a esperança.

O rabino diz que o fluxo da abundância (atenção! não é excesso, que desse já estamos cheios) depende de um tripé: esforço, fé e confiança. Esforço é trabalho, fé de que sei fazer o que é preciso e confiança no sistema. Não no sistema político ou econômico, trata-se aqui de confiança num sistema muito maior, confiança na Vida.



Também o Projeto Âncora não está confortável e, como todos, temeroso em relação ao futuro.  Há dois meses reunimos a equipe para discutir o assunto e um dos caminhos escolhidos para tratar a crise foi aquele indicado pelo Profeta Eliseu e Nilton Bonder. Mapear o que temos de riquezas que possam ser partilhadas. E partilhá-las.
Abrir nossos espaços ociosos à noite e finais de semana para atividades. Compartilhar equipamentos e ferramentas que só são usados eventualmente. Compartilhar know how. Ser um ponto de encontro e troca de saberes e fazeres da comunidade, mapear quem faz o quê, quem está desempregado, quem precisa de algum serviço.

Começamos a nos reunir com pais e ex alunos, com ONGs locais e com escolas do entorno para construir redes de troca numa relação de ganha-ganha, onde já podemos vislumbrar abundância e enxergar um fluxo infinito de prosperidade.

Âncora é o símbolo da esperança. É nossa missão alimentar a esperança, principalmente em tempos difíceis. E acreditamos que é a união das pessoas, sua organização e a partilha comum de seus bens materiais e imateriais o caminho para enfrentar as dificuldades.

Abraço grande, fraterno e o desejo de um 2016 de abundância.



Regina Machado Steurer
Conselheira Projeto Âncora
Parte do seu Imposto de Renda devido pode ser repassado para o Projeto Âncora. Continuamos de plantão para orientar como fazer, basta ligar ou passar um email para nós.(ancora@projetoancora.org.br  ou 11 - 4612 9966)


 Aqui o nosso filme institucional  : Ancora 20 anos
Aqui nosso relatório anual: Relatorio anual 2014/2015

4 comentários:

  1. LINDO!!!!!!!!!tudo a ver...é disso que o mundo precisa....açoes e idéias maravilhosas como essa..sou fã desse projeto..parabéns a todos os envolvidos..esse é o Brasil que queremos ver multiplicado....

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  2. PARABÉNS! Este projeto é um exemplo de solidariedade e humanidade. Se cada um fizer a sua parte e construir projetos quem possam englobar o maior número de carência seja ela afetiva, social ou econômica já estamos fazendo algo por nosso país.

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  3. PARABÉNS! Este projeto é um exemplo de solidariedade e humanidade. Se cada um fizer a sua parte e construir projetos quem possam englobar o maior número de carência seja ela afetiva, social ou econômica já estamos fazendo algo por nosso país.

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  4. Olá que belo exemplo estou iniciando trabalho com crianças em um centro municipal de atendimento especializado preciso muito de conhecimento mas vou também deixar meu coração conduzir e sair em busca de parceiros.

    Um abraço

    Tereza Cunha

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