segunda-feira, 6 de junho de 2016

Carta do mês de junho



Cotia, 1º de junho de 2016



Caros amigos,


O que entendemos por qualidade da educação?



No mês passado São Paulo sediou o "Seminário Internacional Educação para a Cidadania Global”, promovido pela Fundação Santillana, a Unesco e o jornal espanhol EL PAÍS.
Foram discutidas novas maneiras para desenvolver competências com poder de transformação e mostrou-se que, apesar dos progressos conseguidos em toda a América Latina no acesso desde a infância até a educação primária, a qualidade da educação ainda está longe do ideal.

Paulo Freire, educador brasileiro reconhecido internacionalmente como um dos maiores educadores para uma educação do século XXI, chamava de “bancária” a educação tradicional que ainda persiste e sem sucesso. Se assemelha a um depósito de dinheiro no banco a transmissão passiva de conteúdodo professor para o aluno, como se o professor preenchesse com seu saber a cabeça vazia da criança. Essa aprendizagem se dá por memorização e não pela compreensão, pelo sentido ou pela prática.



E qual o modelo capaz de propiciar hoje a sonhada qualidade da educação?

Para a Unesco, agência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, o conjunto de novas atitudes atende pelo nome de “Educação para a Cidadania Global”, que coloca o indivíduo como integrante da comunidade internacional. Nesse contexto, transmitir conhecimento não é o suficiente, e colaboração passa a ser a chave para resolução de problemas dentro e fora da escola. A necessidade de repensar valores, habilidades e atitudes para enfrentar as questões sociais, políticas, culturais, econômicas e ambientais do século 21 mostram que o modelo atual de educação precisa mudar. Ele precisa ser adaptado ao contexto, com ênfase na aprendizagem baseada na prática, no encontro em comunidade e na colaboração.



Pobreza, violência, exclusão, crise social, econômica, política e ambiental, crise de valores. O mundo está passando por uma mudança de era e todas as instituições estão tendo que rever seus modelos, como se a roupa não servisse mais, está apertada, rasgada. Alguns acreditam que voltar atrás, fazer remendos na roupa esgarçada é a solução, e buscam segurança em modelos ultrapassados. Isso só vai adiar a transformação necessária. Hoje, especialmente com a tecnologia da informação, somos outros e não há volta.






Uma educação para a cidadania global pode preparar os indivíduos para reagirem a essas transformações. Nosso planeta ficou pequeno e é a casa comum de todos os seres, problema de um imigrante sírio na Europa é problema de todos. 

Trans-formação
Trans = “através”, “além de”. 
Formação = “forma”, “configuração”, “feitio”.

Talvez estejamos precisando é mesmo sair da fôrma, ir além, navegar novos mares nunca dantes navegados.

Download: Estudo Unesco – Educação para a cidadania global (PDF)




Grande abraço.

Regina Machado Steurer
Conselheira Projeto Âncora


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