terça-feira, 11 de outubro de 2016

Carta do Mês de Outubro



Cotia 1º de outubro de 2016                                           


Caro amigo,

Comemorando os 21 anos do Projeto Âncora, reproduzimos abaixo matéria do Jornal D'aqui, mais antigo jornal da cidade. Aproveito a ocasião e o momento de celebração para agradecer a parceria e amizade e parabenizar a todos os âncoras desse sonho coletivo.

Grande e fraterno abraço.

Regina Machado Steurer
Conselheira Projeto Âncora




ESPECIAL ÂNCORA, 21 ANOS. EXTRAPOLANDO MUROS, SOMANDO RIQUEZAS

Enquanto candidatos discutem a construção de novos prédios escolares, novos centros, o Projeto Âncora aponta outros caminhos para aprendizagem e abre o próprio espaço para ocupação. “A educação pode acontecer em um teatro fora do horário de espetáculo, em um hall de condomínio, na praça. Existe espaço ocioso nas cidades e é preciso ocupá-lo”, argumenta a arquiteta e co-fundadora do Âncora, Regina Machado Steurer. E não se trata apenas de espaço, mas também de conteúdo educacional. Todos, espaços e pessoas, podem se tornar poderosos agentes pedagógicos.
Das tantas inspirações que tornaram o Projeto Âncora uma realidade, há 21 anos, uma delas era abrir caminhos para a escola pública por meio de novos experimentos educacionais. A Cidade Educadora, este conceito onde todo o território do bairro e da cidade é também de aprendizagem, em evolução no Projeto Âncora, já tem muitos “cases de sucesso” para relatar.

Exemplo: um grupo de meninas definiu o tema “Moda nos Anos 50” como projeto de aprendizagem. A avó de uma delas, dona Zenil, costureira, foi abordada se poderia dar algumas aulas de corte, costura e modelagem. E as tardes  se transformaram em uma oficina, onde ela também sentiu o prazer do ofício de educar. Cortaram, montaram, ouviram histórias e fizeram seus próprios figurinos.
Projeto de moda dos anos 50 no atelier da Zenil no Jd Santa Maria

Cisterna feita pelo ex educando Jean Marcos










Outro: num dia quente, durante o racionamento de água, as crianças não puderam brincar como queriam se refrescando com mangueiras e afins. A curiosidade do aluno Jean Marco, então com 15 anos, sobre a escassez, o levou a criar um novo projeto: fazer cisternas para reuso da água. O grupo Transition Towns Granja Viana foi o agente pedagógico e desse processo saíram uma cisterna para a escola, outra para a casa de Jean Marco e de mais dois outros amigos.
Matemática, nutrição, finanças e relações públicas são alguns dos aprendizados que as crianças absorvem num dia de feira
E dezenas de projetos que acontecem a todo momento no Âncora, de acordo com a curiosidade do “menino”. Quanto de matemática, história, geografia, português entrou em cada um desses projetos no processo do “fazer”? De forma eficiente, o que aconteceu ali foi uma vivência intensa de conhecimento e sua usabilidade em questões concretas do dia-a-dia.
Na caminhada "exploradores" o mapeamento do próprio bairro é entendido como território de educação

De fora para dentro – Se as portas estão abertas para que os alunos encontrem seus novos educadores no bairro ou na cidade, o Projeto Âncora também está de braços abertos para recebê-los, por meio do movimento “Okupa Âncora”. Todas as dependências dos 12 mil m2 podem ser otimizados por artistas, oficineiros de toda espécie, professores de dança, circo, idiomas e o que mais for possível. De manicures a executivos home office que precisam de uma mesa e wi-fi. Basta para isso, contribuir com a troca de conhecimento ou até mesmo, financeiramente. O que você pode ensinar? Tem sempre alguém que pode aprender. E somar riquezas com o Âncora.
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Link da matéria - comemoração dos 21 anos:

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