segunda-feira, 4 de março de 2013

CARTA MENSAL - MARÇO 2013


Cotia, 4 de março de 2013

“Cozinhar é o mais privado e arriscado ato. No alimento se coloca ternura ou ódio. 
Na panela se verte o tempero ou o veneno. Cozinhar não é serviço. 
Cozinhar é um modo de amar os outros.” 
Mia Couto 

Prezados amigos ,

Chegará um tempo em que a humanidade ficará horrorizada diante da obesidade infantil, que certamente será considerada crime praticado por adultos; assim como hoje consideramos a escravidão inaceitável, mas na época era um hábito comum e encorajado.

O Instituto Alana, organização não governamental cuja missão é honrar a criança e buscar garantir as condições necessárias para a vivência plena da infância, patrocina a produção do filme “Muito além do peso” com foco na alimentação, comportamento e obesidade infantil. Vale a pena dedicar um tempinho para assistir ao filme, que é indicado para pais, avós, tios, professores e todos que são responsáveis pelo alimento que compram e dão às crianças e adolescentes - as quais também se recomenda que assistam e reflitam sobre o assunto.

Frei Betto, em seu artigo intitulado “Como estamos envenenando as crianças”, denuncia o quanto o governo brasileiro é permissivo com anúncios amplamente divulgados na televisão e internet que criam hábitos perenes de consumo alimentar, na contramão de outros países que já possuem legislação de proteção à criança. No Brasil 30% das crianças apresentam sobrepeso e 15% obesidade, quadro que inclui tantas outras doenças relacionadas: diabetes, cânceres, colesterol alto, distúrbio hormonais. Um “envenenamento saboroso”, como diz o autor do artigo.

Por que as escolas não ensinam educação nutricional? Por que pais e avós adulam e mimam as crianças com alimentos carregados de veneno? Por que os governos fecham os olhos? De um lado, porque somos ainda ignorantes a respeito do assunto, mas também porque a força das empresas produtoras dos venenos saborosos é muito forte e tem o governo e a mídia nas mãos.

Para que haja uma mudança, é preciso que as famílias se informem e estejam conscientes, afinal, é a própria população quem compra os produtos e elege os governantes. A mudança dos hábitos se aprende na escola e é praticada na família.

Assim como o teatro, música, artes plásticas e circo, a culinária saudável faz parte da aprendizagem no Projeto Âncora. Vale lembrar que alimentação é questão de segurança. Mas, sobre isso, trataremos em outro momento. Por enquanto, assista ao documentário no site www.muitoalemdopeso.com.br e leia o artigo de Frei Betto clicando aqui.

Fraternalmente,
Regina Machado Steurer
Conselheira do Projeto Âncora



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