“O mundo que nos cerca é o grande laboratório onde as
experiências práticas acontecem e é lá que a criança pode
aprender e também
influenciar,
com seu conhecimento, a vida dos pais e moradores.”
Walter Teixeira – Presidente do Projeto Âncora
O Projeto Cidade Educadora Âncora, contemplado pela Petrobrás
desde 2014, trás o conceito das Comunidades de Aprendizagem para nossa prática
cotidiana.
Bairro do Recanto Suave que o Projeto Âncora está inserido. |
Quando se percebe o sonho da criança, “aquilo que é necessário” para sua felicidade, de sua família, de sua comunidade, o próximo passo é a concretização do mesmo. A busca por uma comunidade “sábia e feliz”, que seja sustentável e conhecedora de seus direitos, deveres e possibilidades, conhecedora também de seus pontos fracos e promotora das soluções para seus problemas, é proposta a partir da criança. Uma comunidade sábia e feliz é aquela que privilegia um modelo autossustentável em todos os sentidos: ambiental, econômico, cultural e político.
Diversão com a água de reuso coletada pelo Projeto Cisterna, do educando Jean Marcos. |
A cidade realiza:
Focamos na formação de educadores comunitários e de multiplicadores de iniciativas de aprendizagem colaborativa em outros espaços educativos, que não apenas as escolas, formando também uma rede de educadores-aprendizes voltados para o empreendedorismo social e comunitário. É necessário que “todos” cuidem de cada criança da comunidade. E, para isto, é preciso construir esta cultura.
Crianças na feira aprendem matemática, nutrição e educação financeira |
Cisternas:
No verão 2013/2014, os educandos quiseram brincar com água para espantar o calor, mas em tempos de crise aguda deste fluido vital, a brincadeira foi trocada pelo projeto da Cisterna de armazenamento e reuso de água. Jean Marcos, 15 anos, levou o interesse em elaborar esse projeto ao seu tutor. Jean também participou de uma oficina de reuso de água promovida pelo TransitionTowns Granja Viana e já conseguiu seu primeiro cliente. Animadíssimo, está empenhado em transformar a atividade num ofício.
Preparação para banho com a Cisterna estudada e executada pelo educando Jean Marcos com auxílio das Comunidades de Aprendizagem. |
Moda :
O projeto de moda pesquisou os anos 50 e as educandas Roberta Ferreira, Helen Amorin, Laysa Xavier, Raoni Pedrozo e Fernanda Teles, Isabela Giannuzzi construíram seus próprios figurinos com auxílio do atelier de costura da Zenil, avó da educanda Bia e paciente educadora na arte do corte costura e modelagem. No atelier da Zenil, localizado no Jardim Sta Maria, as meninas e um menino customizaram as camisetas do Projeto Cidade Educadora, com o intuito de tornar-las exclusivas de cada integrante. O vínculo com o atelier, mesclado com os conteúdos dos anos 50 fizeram deste projeto um tecido onde vivenciamos todos uma Comunidade de Aprendizagem, onde a cidade repleta de saberes, se torna uma fonte infinita de possibilidades educacionais, empoderando todos os envolvidos. O grupo também visitou a fábrica de tecidos Tavex, em Americana, o que ampliou os horizontes das crianças que puderam conhecer de perto o processo produtivo da indústria da Moda.
No atelier de costura da Zenil, o grupo de moda customiza camisetas do Projeto Cidade Educadora. |
Acabar com o Lixo do mundo:
Erik queria acabar com o Lixo no Mundo. Esta reflexão começou dentro de sua casa, sua rua e depois o seu bairro chamado Recanto Suave, local onde muitas das famílias assistidas pelo Âncora têm suas residências. Reuniões, encontros comunitários, mutirão de limpeza do córrego e muitas entrevistas foram feitas nesta comunidade. Erik, que neste momento já tinha outros amigos com ele na mesma missão, perceberam que acabar com o lixo era tarefa impossível, mas melhorar a vida de sua comunidade era viável.
Grupo de educandos fazendo mapeamento no Bairro do Recanto Suave |
Grupo na Roda de despedida no Instituto Humana Terra |
O Projeto se transformou em “Ajudar a comunidade do Recanto Suave a construir uma vida melhor.” Procuraram , encontraram e se articularam para passar um fim de semana com suas famílias no instituto HumanaTerra que promove Educação para Sustentabilidade através de vivências em Permacultura, Agroecologia e Cooperativismo.
Parede de bio construção feita pelas crianças, responsáveis e permacultores. |
“Quando uma criança me ligou, disse que era do Âncora e que queria conhecer o Humanaterra, pois pesquisaram na internet que nós trabalhamos com tecnologias sustentáveis e ele estava interessado em melhorar a vida do seu bairro, meus olhos marejaram, precisei pedir licença, respirar para continuar a conversa” Amanda Frug, ecóloga fundadora do Instituto Humanaterra em São Lourenço da Serra.
Jornalismo:
As educandas Kaiane e Fernanda em visita a Rede Globo como parte do estudo do projeto do Jornalismo |
“Como quero ser jornalista, pensei no projeto para que ele já me ajude a ir aprendendo como é que se faz um telejornal”, diz Fernanda Teles Silveira, 10 anos, idealizadora do projeto de jornalismo, que conta ainda com Camila Alves, Mariah Camati e Kayane Silva. Além de visitarem os estúdios da Rede Globo de televisão em SP, uma equipe de produção jovem foi constituída com a direção do vídeo maker Lucas Lima(16).
Fizeram o teaser do telejornal Buzina. O grupo foi gerando interesse, outras crianças se aproximaram e atualmente montamos a AAJ (Agência Âncora Jovem) que auxilia na Comunicação do Âncora abastecendo redes sociais, fazendo entrevistas e pesquisas e fotografando. No despertar de novos talentos Lucas Lima e Samuel Sales ganharam curso de fotografia no Estúdio Granja Viana.
A educanda Camila Pimental entrevista o professor José Pacheco para o Jornal Buzina. |
Assim o Projeto Âncora vai construindo Comunidades de Aprendizagem, sonhando e realizando a Cidade Educadora de todos nós.
“A cidade é feita de lugares e emoções,
é
feita de gente, que constrói um viver comum.
São as pessoas que fazem as
cidades.
São as pessoas que enchem os espaços de memórias, de sonhos, na
multi dimensionalidade dos seus atos de viver.”
Professor José Pacheco
Para saber mais: http://comunidadesdeaprendizagem.org.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário