terça-feira, 7 de julho de 2015

Cidade Educadora aos olhos dos educandos





Estes dois textos escritos pelas educandas Maria Santino(12) e Giovana Sales (13), descrevem o nosso projeto Cidade Educadora. Subsidiado pela Petrobrás, que tem como escopo a formação de comunidades de aprendizagem. Vejam só o ponto de vista das meninas na íntegra:


Cidade Educadora por Mariana Santino

Cidade Educadora é um projeto que começou em 2014 em uma escola/ONG chamada Projeto Âncora, onde o ensino é um tanto quanto diferente, onde as crianças não tem aula, professor em frente a lousa e essas que coisas que nós normalmente vemos em escolas ''convencionais''. Mas isso fica para um outro texto.

Crianças da iniciação vão a feira e aprendem conceitos vivenciais de matemática, nutrição e educação financeira.

 Inicialmente esse projeto começou com algumas crianças de 8 à 14 anos que moram no mesmo bairro (Jd. Recanto Suave - Cotia, cidade metropolitana de São Paulo) e sentiam a necessidade de melhorar a limpeza deste bairro. E já que o Projeto Âncora trabalha por meio de Projetos (ou seja alguém criar metas para conseguir alcançar um objetivo e nesse caso incluir também matérias como ciências, geografia e etc.) não mediu esforços para logo aceitarem esse projeto e dar apoio total as essa crianças. O nome deste Protejo era ''Quero acabar com o lixo do mundo, começando pela minha cidade, escola, bairro e casa''. Por esse título você deve ter percebido o quão longe essa crianças queriam chegar, mas para isso elas precisavam de etapas. Etapas básicas, que qualquer um poderia montar e realizar as etapas, mas é assim, com pequenos passos que acreditamos que conseguimos as coisas.

Mapeamento no Bairro do Recanto Suave

Então primeiro começaram a separar o lixo reciclável na própria casa e na escola, pois as ruas ficavam lotadas de lixos que com muita criatividade podem se tornar coisas super úteis. Quando viram que isso eles conseguiram fazer bem, falaram com a Mediadora deste projeto (mediador ou mediadora é o adulto especialista que tem mais haver com o assunto que será desenvolvido durante o projeto e dá as coordenadas do deverá ser feito, o quanto a criança está evoluindo e registra tudo isso para mostrar para os responsáveis) e juntos decidiram que iriam partir para a próxima etapa: Conseguir que os vizinhos e familiares que moram no mesmo bairro consigam ter uma consciência maior do caos que aquele lixo estava causando para a vizinhança, e mais para frente fazer com que os moradores também consigam separar o lixo orgânico e o reultilizável

Visita ao bairro do Recanto Suave
Então um vez por semana os integrantes deste Projeto iam junto com a Mediadora neste bairro, entregar folhetos e falar sobre todas as descobertas que haviam tido ao longo do tempo que estavam realizando o projeto. Isso teve um grande aceitação do bairro e além disso também se disponibilizaram a também ajudar nisso. Ao longo do tempo de idas, vindas do bairro e aprendizagem sobre todos os assuntos possíveis que este projeto pode abordar e muita dedicação o Projeto ganhou força no bairro e também na escola. Todos conheciam este projeto e sempre queriam estar a par de todas as notícias: Quem fez o multirão esta semana, quantas pessoas conseguiram conversar sobre, quantas pessoas se disponibilizaram a ajudar e etc. Ao longo disso tudo, fomos percebendo que poderíamos sim fazer a mudança no nosso bairro, não só na questão do lixo como esse mas sim com qualquer problema que esteja nos incomodando, com união e muita dedicação podemos fazer absolutamente tudo. Então mais crianças de 7 à 14 anos foram vendo problemas em seus bairros e também queriam resolver, como por exemplo uma rua que não está asfaltada, a praça que está abandonada, e entre outras coisas que encaramos como problemas que poderiam e iam se solucionados. E com essa necessidade de querermos um escola, um bairro, uma cidade, um país e até um mundo melhor, surgiu o Projeto Cidade Educadora.

Recanto Suave foi o primeiro bairro eleito para aplicarmos o
Cidade Educadora Âncora

O projeto cresceu muito, a um ponto da Petrobras patrocinar esse projeto. O Projeto Âncora fico muito orgulhoso por saber que um projeto desse porte chamou atenção de uma empresa tão grande. Hoje a nossa meta é fazer com que a escola se integre totalmente com a comunidade e que cada vez mais cresça. No meu ponto de vista isso é um projeto muito bonito, e que aos poucos está crescendo e fazendo grandes diferenças em famílias da comunidade, e certamente faz muita diferença para todas as crianças que fazem parte do projeto tanto diretamente quanto indiretamente. A força que uma comunidade tem para mudar as coisas é impressionante e real, e acredito que somos capazes de ir muito mais longe. Costumamos dizer aqui do Âncora que todos nós somos educadores, não importa se você é formado ou se não, se você autônomo ou não o que, o que importa é você apenas reconhecer o que há de melhor em você e pensar em maneiras de retribuir isso.

Equipe do "Convida Suave"no instituto Humanaterra.

Acreditamos que todos nós, sem excessão , temos algo a oferecer basta ter força de vontade. E ainda focando no compartilhamento de aprendizagem, me lembrei de uma frase que no início não tinha feito muito sentido para mim, mas depois de muita reflexão consegui entender o contexto dela, ela era basicamente assim: ''Quando um homem morre é como se um biblioteca inteira se incendiasse'', resumidamente o sentido dela é que ao longo de toda a nossa vida é fato que aprendemos coisas, sejam elas na escola, no trabalho, na rua, em casa, no bairro, e enfim, em todos os lugares nós sempre estamos aprendendo. 

Mariana Santino e Giovana Sales entrevistam o músico Pedro Bandeira em visita ao Âncora
E quando morrermos esse conhecimento irá servir do quê? Bom , na minha opinião não vai servir para nada e isso é um fato. Mas se nós pelo menos fazermos nossa parte deixando no mundo coisas que descobrimos vimos através de livros, desenhos, filmes, documentários, entrevistas poesias etc, Já estamos fazendo um grande ato para que cada vez mais esse mundo evolua. Ou seja, compartilhe, apenas compartilhe, seja um acontecimento, um problema resolvido, uma grande teoria, pensamentos. Compartilhe tudo a todo tempo, pois quando chegar a sua hora você irá ter aquele sentimento de ''missão cumprida'' 



Cidade Educadora por Giovana Sales

A Cidade Educadora começou por um projeto feito por educandos do Projeto Âncora, que queriam acabar com o lixo da comunidade em que vivem. O objetivo é unir e conscientizar toda a comunidade a fazer sua parte. 
A Petrobrás é o colaborador dessa ideia, que tem o fim de ter os moradores da comunidade os próprios fazedores de solucionar problemas e arranjar ideias de como sempre conseguir melhorar o local em que vivemos. Outro objetivo desse projeto é que a comunidade seja um espaço onde também possa receber conhecimento, assim como recebemos na escola, se moramos em uma comunidade rodeada por outras pessoas, temos que ao menos nos conhecermos, nos ajudarmos e é isso o que queremos, que todos trabalhem juntos para conseguirmos melhorar algo que ajude nós e o nosso modo de viver e de conviver.

Mutirão de limpeza do córrego
Esse projeto começou por uma necessidade de uma criança, e hoje mobilizou várias famílias que fazem parte desse intuito. No meu ponto de vista se conseguimos esse objetivo, podemos alcançar muito mais, nós começamos por um bairro, mas com a ajuda de todos poderemos ir além disso. Vivemos em uma Comunidade de Aprendizagem que é formada por nós, sempre que temos algum problema temos que pensar todos em como solucionar isso, uma família pensa mais do que uma cabeça, assim como uma comunidade pensa mais do que uma família. Assim vamos indo, começamos por ideias, que hoje se tornaram o cotidiano de muitas pessoas.

No Intituto Humanaterra familias aprendem técnicas de permacultura para uma vida mais sustentável


Umas vez eu escutei a seguinte frase "É preciso de uma aldeia para cuidar de uma criança" e comunidade é isso, do que adianta ensinar algo para alguém sendo que o local em que vivo não é um lugar onde eu posso confiar nas pessoas ou ao menos conhecer quem são. Hoje em dia pais não tem a confiança de deixar seus filhos nas ruas porque sabem que é um lugar que só se aprende o mal, e é isso que esse projeto quer ensinar, que a comunidade pode ser um local onde você tenha o conhecimento adequado, o conhecimento que te ajude a ser um cidadão melhor e aprender a viver melhor em sociedade.









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